A Paz interior é um estado que experienciamos quando o nosso corpo, mente, coração e alma estão serenos como um lago águas límpidas tranquilo. A maioria das pessoas não sabe como alcançar a paz interior, mas algumas pessoas conseguem-no.
No canal do Youtube pode encontrar um vídeo com três sugestões para cultivar a paz interior
A vida no dia-a-dia pode ser atribulada ou até avassaladora
A nossa vida pode ser agitada, atribulada e, por vezes, avassaladora, impedindo-nos de alcançar a paz interior. Mas é possível fazer diferente.
Por vezes, quando andamos assoberbados, trazer um pouco mais de paz interior e calma para a noss vida pode parecer uma utopia. Mas não tem de ser assim. Podemos implementar pequenas mudanças inteligentes que, com o tempo, podem fazer uma grande diferença.
Ter de enfrentar os desaires da vida em vez de os ignorar ou fugir deles, pode activar muitos gatilhos e fazer surgir muitas emoções e sentimentos desconfortáveis. Com frequência, muitas de nós recorremos a mecanismos de adaptação pouco saudáveis na esperança de nos sentirmos melhor… só que não. A maioria das vezes ainda nos sentimos pior.
É frequente constatar que algumas pessoas que são motivadas pelo evitamento da dor. Evitam o sofrimento, evitam agitar as águas, evitam ferir os sentimentos de outros, evitam ser julgadas e…
À medida que o tempo passa, reforçam as suas reacções de medo ao ponto de ser difícil até se imaginarem a fazer frente aos seus medos. Deixam de viver para apenas sobreviver. Mas viver é mais do que apenas existir.
Aprender a deixar ir pode ser transformador
Wayne Dyer escreveu: “A paz é o resultado de reeducar a sua mente a processar a vida como ela é, e não como pensa que deveria ser”.
Aprender a deixar ir algo perturbador que aconteceu no passado, ou alguma coisa que esteja a tentar controlar, mas que simplesmente está para além do seu controlo, pode libertar grandes quantidades de energia e de tempo que pode usar em algo melhor e mais gratificante. Sobretudo, pode ser transformador.
Apesar de, por vezes, ainda ter alguma dificuldade em manter a perspectiva, adquiri o hábito de me libertar do caos que crio dentro de mim para recuperar a minha paz e tranquilidade.
Nota: Talvez queira ouvir o último episódio do Podcast onde pode encontrar outras estratégias para cultivar e manter a paz interior.
Em seguida vou abordar uma estratégia de cinco passos que me têm facilitado a vida ao longo dos últimos anos. Espero que lhe sejam igualmente úteis.
5 passos para alcançar e manter a paz interior
Por vezes, por mais que se tente, é difícil deixar ir algo doloroso. Parece que quanto mais nos esforçamos mais ficamos presos à situação.
O 1º Passo é compreender os benefícios ocultos.
Muitas vezes, não queremos esquecer algo doloroso, porque há vantagens e benefícios em não o fazer. Alguns desses benefícios dizem respeito à gratificação instantânea a curto prazo.
Apegarmo-nos ao dano que alguém nos causou reforça a nossa posição e, ao mesmo tempo, o quanto a outra pessoa errou. E isso pode nos proporcionar uma sensação agradável de direito à reparação.
Além disso, podemos assumir o papel de vítima, obter atenção, apoio e conforto de outras pessoas. Podemos agarrar-nos ao que conhecemos, ao que é familiar e seguro, mesmo que seja apenas por um tempo.
Eu já me mantive agarrada a situações destas no passado por estas razões. Por vezes ainda resvalo e adio deixar ir coisas devido a estes “benefícios”, apesar de me impedirem de alcançar a paz interior.
Porém, agora procuro ter consciência dos ganhos de me apegar a isso. Porquê? Porque sei que isso só vai contribuir para eu me sentir pior a médio e longo prazos.
O 2º Passo é aceitar o que é, depois deixar ir.
Quando aceitamos o que é, aquilo que aconteceu, então torna-se mais fácil deixar ir. Porém, se continuarmos a debater-nos na nossa mente contra o que aconteceu, estamos a dar mais energia a essa memória ou situação.
Contudo, ao aceitarmos simplesmente o que aconteceu e ao acolhermos em vez de tentarmos abafar ou resistir, acontece algo extraordinário depois de algum tempo.
A questão ou a memória da situação perde poder e força na sua mente. Já não nos sentimos tão perturbados ou triste como antes. Ficamos menos apegados emocionalmente a isso. Logo, torna-se mais fácil esquecer e seguir em frente com a sua vida.
O 3º Passo para alcançar a paz interior é perdoar.
Se alguém lhe fizer mal, então é provável que isso lhe cause dor durante algum tempo. Mas depois disso, pode escolher o que é melhor para si. Pode recusar-se a esquecer o que aconteceu. E deixar que isso interfira com a sua relação e reviver o que aconteceu vezes sem conta na sua mente. Ou pode optar por perdoar.
Para que seja mais fácil perdoar, ajuda aceitar primeiro o que aconteceu. Outra coisa que ajuda muito é não se concentrar na pessoa e sim na situação, atitude ou comportamento a perdoar. Também é importante que não o faça porque é “algo que é suposto fazer”. Em vez disso, procure encontrar a motivação para perdoar para o seu próprio bem.
Perdoe pelo seu próprio bem-estar, felicidade e para ter paz na sua vida. Quando guardamos ressentimentos de outra pessoa ou situação, ficamos ligados a essa pessoa ou situação através de um vínculo emocional que é mais forte do que o aço. O perdão é a única forma de dissolver esse vínculo e de se libertar.
O 4º Passo é focar-se no que PODE mudar
Ao reviver o que aconteceu uma e outra vez na sua mente, não está realmente a mudar nada. Não tem qualquer poder para mudar o passado. E manter-se preocupado com coisas que não pode controlar, não ajuda a melhorar a sua vida. Portanto, pergunte-se a si mesmo: O que posso fazer para melhorar a minha situação?
Em que posso concentrar o meu tempo e energia para, em vez disso, fazer realmente progressos positivos ou mudanças na minha vida?
E qual é o passo mais pequeno que posso dar hoje para alcançar a paz interior?
5º Passo é cultivar a auto-compaixão
Deixar ir algo que aconteceu na sua vida, nem sempre é uma coisa simples ou limpa. O problema pode voltar a surgir. Então, reconheça o que está a sentir, reconheça o seu direito a resvalar e deixe ir mais uma vez.
Eu descobri que mesmo depois libertar algo doloroso, isso pode surgir novamente. Mas ao acolher o que estou a sentir com amor e compaixão, perde intensidade e tem cada vez menos poder sobre mim.
A minha experiência tem sido que ao mudar o meu foco daquilo que não posso mudar para aquilo sobre o qual tenho realmente influência, torna-se mais fácil deixar ir o que não posso controlar.
E, ao fazê-lo com bondade e compaixão, uma e outra vez – usando perguntas como as referidas acima – torna-se cada vez mais fácil libertar-me do que aconteceu.
Quais as consequências a longo prazo de não deixar ir?
Ao nos apegarmos ao que alguém disse ou fez, fazemos com que se torne maior e mais poderoso na nossa mente do que poderia ter sido na realidade. Além disso, tornamo-nos reféns dessa pessoa ou acontecimento.
Estar ciente de que os benefícios do apego são ilusórios e do quanto nos irão prejudicar a médio e longo prazo, torna-se um motivador poderoso para libertar. Por isso é que perdoar é tão transformador.
Além disso, o facto de perdoar não significa que tenha de relevar ou concordar com o que aconteceu. Pode, por exemplo, escolher perdoar, mas também passar menos ou nenhum tempo no futuro com alguém que o tenha magoado.
A verdade é que há benefícios ainda maiores que podemos obter ao perdoar. E, saber que isso irá afectar a nossa vida e as nossas relações – tanto com outras pessoas como connosco – impele-nos a deixar ir para o nosso próprio bem e felicidade.
Finalmente, esta prática tornará mais fácil deixar ir no futuro. Deixar ir é algo em que se vai melhorando com o tempo, tal como, por exemplo, manter uma mentalidade optimista durante tempos difíceis.
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